Saiba quais os exames existentes para diagnóstico de câncer de próstata, quando cada um é indicado e com qual idade deve ser feito o rastreamento de rotina.
Os exames de rastreio e prevenção de câncer de próstata costumam ser vistos com certo tabu e até preconceito por alguns homens, infelizmente. Mas os números de casos e mortes assustam e mostram que é necessário haver ainda muito mais conscientização e informação sobre o assunto.
Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de próstata é o segundo que mais acomete os homens e causa mortes que poderiam ser evitadas com idas mais frequentes ao médico e a realização de exames de rastreio ou rotina, que muitas vezes são negligenciados pelos homens.
Compreendendo que a informação, o diagnóstico e o tratamento precoce salvam vidas, trouxemos este texto que aborda os exames para rastrear o câncer de próstata e as principais dúvidas dos pacientes.
Exames de próstata existentes e indicações
Antes de abordar os exames utilizados para rastreio do câncer de próstata, é importante explicar que rastreio significa encontrar suspeitas, portanto um exame alterado não significa uma certeza de câncer e, a melhor conduta a seguir, será orientada pelo médico após conversa com o paciente e avaliação de outros fatores como seu estado de saúde, por exemplo.
Sendo assim, o exame pode ser repetido ou podem ser solicitados outros exames complementares para investigar melhor a suspeita para, somente quando realmente necessário, realizar uma biópsia a fim de confirmar o diagnóstico de câncer e iniciar a melhor forma de tratamento.
Confira a seguir os tipos de exames indicados para rastreio precoce de câncer de próstata:
Exame de sangue PSA
Feito a partir de uma simples coleta de sangue em laboratório, costuma ser a primeira alternativa de rastreio por se tratar de um método não invasivo, que consiste basicamente em mensurar os níveis de PSA (antígeno prostático específico) no sangue.
Embora sua alteração nem sempre indique o câncer, há alguns parâmetros de dosagem considerada normal de acordo com a idade, conforme a seguir:
- Até 49 anos - de 0 a 2,5 ng/ml;
- De 50 a 59 anos - até 3,5 ng/ml;
- De 60 a 69 anos - até 4,5 ng/ml;
- De 70 a 79 anos - até 6,5 ng/ml.
Como colocado acima, a alteração destes níveis não são conclusivos para diagnóstico de câncer de próstata, pois há outros fatores que aumentam os níveis de PSA sangue, como por exemplo:
- Próstata aumentada (que geralmente se trata de condição benigna e que afeta muitos homens, especialmente com o avanço da idade);
- Idade avançada (motivo do nível considerado normal de PSA indicada acima variar de acordo com a idade);
- Medicamentos (como testosterona e outros que aumentam este hormônio);
- Prostatite (infecção ou inflamação da próstata, que requer tratamento mas não se trata de câncer);
- Ejaculação (por isso os médicos recomendam abstinência de relação sexual ou ejaculação de um a dois dias antes da coleta do exame);
- Procedimentos urológicos (ter realizado uma biópsia, toque retal ou cistoscopia, por exemplo, há pouco tempo, alteram temporariamente os níveis do antígeno no sangue e estes procedimentos podem interferir no exame);
- Andar de bicicleta ou de moto (há estudos que sugerem um aumento momentâneo dos níveis de PSA após essas atividades, possivelmente devido ao fato do assento pressionar a próstata).
Também é importante esclarecer que não existe um único tipo de exame de PSA, mas sim vários tipos e, inclusive, o médico pode mesclar vários deles para realizar uma melhor análise, sendo eles:
- PSA livre;
- PSA complexado;
- Velocidade do PSA;
- Densidade do PSA;
- Intervalo do PSA por idade.
No caso de alteração de algum dos exames de sangue acima, o médico pode solicitar algum destes outros exames que mostraremos adiante.
Exame de toque retal
Assim como o exame de sangue, o exame de toque não é conclusivo para diagnosticar o câncer, mas pode ser fundamental na sua descoberta precoce, uma vez que com o toque é possível perceber aumento da próstata, que pode se tratar desde uma condição mais simples e benigna como prostatite, conforme visto anteriormente, ou até mesmo indicar um câncer antes de qualquer sintoma.
Embora muitos homens tenham preconceito ou receio equivocado de realizar o exame de toque retal, se trata de um procedimento simples e muito rápido, em que o médico insere o dedo no reto do paciente utilizando luvas e lubrificante a fim de detectar áreas endurecidas ou inchaços, detectando alguma anormalidade na região.
Este exame salva muitas vidas devido à descoberta precoce, especialmente em homens que não possuem alteração no exame de PSA. Este exame pode ser feito juntamente com o de sangue ou, caso perceba qualquer alteração, o médico pode indicar ainda outros exames complementares para melhor avaliação e diagnóstico, assim como a biópsia, dos quais falaremos adiante.
Biópsia
Diferentemente dos demais exames de rastreio, a biópsia é o único exame considerado conclusivo no diagnóstico de câncer, ou seja, ele confirma realmente se o paciente possui ou não o câncer de próstata.
Apesar disso, se trata de um procedimento muito simples realizado no próprio consultório e com o paciente acordado, sendo administrada apenas uma anestesia local para que seja feito um corte muito pequeno e retirado um pedaço da próstata, que será analisado em laboratório para indicar se o tecido estava sadio ou com células cancerosas.
Para se aumentar a chance de detecção de tumor, é necessário tirar várias microamostras. A biópsia é feita de forma segura com uma espécie de aparelho semelhante ao de ultrassom intraretal com uma agulha interna que fica escondida. Assim o médico consegue ver a localização do aparelho e liberar a agulha para coleta de tecido apenas no local certo.
O exame costuma não durar mais do que 10 minutos e não causar muito desconforto, sendo que o paciente fica deitado de lado e com os joelhos um pouco flexionados. Geralmente é indicado um jejum de 4 horas antes do procedimento e, após, ainda devem ser evitadas algumas coisas como atividades físicas e relações sexuais por apenas um dia.
Outros exames complementares
Exames de imagem podem ser utilizados tanto como complementares após alguma alteração nos exames de PSA ou toque retal para saber se há necessidade de biópsia, quanto podem ser utilizados após a biópsia confirmar o câncer, a fim de visualizar o tamanho da lesão e indicar o melhor tratamento.
Os exames complementares de imagem que podem ser indicados pelo médico, são:
- ressonância magnética;
- tomografia computadorizada;
- cintilografia óssea.
Diagnóstico precoce e chances de cura
Vale lembrar que o principal objetivo destes exames de rastreio de câncer de próstata, é tentar encontrá-lo muito antes do paciente apresentar sintomas pois, normalmente quando isto acontece, o tumor já está maior ou espalhado, podendo ser grave.
Quanto mais precoce o diagnóstico e o tratamento, maiores são as chances de cura que podem ser de 97% a 100% dos casos, se diagnosticado no início. Portanto, é indispensável visitas regulares ao médico e a realização de exames de rastreio, conforme indicado pelo profissional que cuida da sua saúde, pois a idade de realizá-los varia de acordo com cada pessoa e fatores de risco.
Por exemplo, a indicação geral é de que homens acima de 50 anos façam os exames de PSA e toque retal como rotina. No entanto, homens negros, com obesidade ou histórico da doença na família devem iniciar a rotina mais cedo, com ao menos 45 anos. Dessa forma, somente o oncologista ou urologista pode indicar o que é melhor para cada paciente e indicar uma conduta individual.
Em caso positivo de câncer, há várias formas de tratamento existentes conforme o caso, podendo ser administrados medicamentos, sendo alguns deles importados ou sem estoque no Brasil. Felizmente, a legislação e a ANVISA permitem a importação de medicamentos, tal como a Onco Import realiza para seus pacientes, médicos ou advogados dos pacientes.
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